Agents:Revenge - 1x03: Sorte de Principiante

Anteriormente em Revenge...

DOROUGH – Tivemos um roubo na noite passada, o alarme não disparou, não houve ruídos, as câmeras não captaram nada. Quem fez isso era profissional nesse tipo de coisa.

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JULIE – Senhor Bennett, tem um cara da polícia querendo falar com você.


FRANK (voz distante) – Cara da polícia?


JULIE – É! Ele disse que é melhor o senhor atendê-lo agora, caso contrário, ele tem uma arma e não tem medo usá-la.


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Alicia abre o zíper da bolsa e começa a tatear os bolsos afim de encontrar o objeto sonoro. Porém, sente algo em suas mãos e assim que puxa visualiza um cartão que está escrito Paul Marshall, porém o Paul está riscado de caneta o que dificulta a visualização do nome e o Marshall está bem destacado no cartão.


Alicia faz uma expressão confusa e a câmera mostra o cartão e a reação dela ao vê-lo.


ALICIA (assustada) – O que eu to pensando não pode ser verdade. Não o Curtis. Não!

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TOM (apenas voz) – A questão não é essa cara. Reparou como cada vez que a gente pensa nisso mais confuso a gente fica? Queremos mostrar que está tudo bem, mas não está.


Enquanto ele fala, é mostrado ele na porta do departamento de polícia e sua reação ao ver que Curtis estava com a pasta.


Tom olha para Curtis friamente.


CURTIS – Tom, eu não fiz nada!


Tom o encara sem mudar a expressão.


TOM (fala alto) – HOMENS! (agentes da CDA saem de dentro do prédio) – LEVEM ELE!


CURTIS (gritando) – O QUE? TOM EU NÃO FIZ NADA, ACREDITA EM MIM.


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DIANA – Para de ser velho, uma festa faz bem para o astral e para a vida social, vê se aprende comigo. E 800 pessoas não são nada perto da longa lista de socialites que conhecemos bebê.


Diana se ajoelha na cama atrás de Frank e aperta seus ombros o massageando.


Cena muda para Diana na sala de sua casa com uma decoradora.


DECORADORA – O que acha de sedas com cor de mamão, mas com um tom levemente rosado, enfeitando alguns pontos do teto?


DIANA (pensa rapidamente) – Hum... (sorri) Acho que sim, ficará divino!


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KATIE (bate na mesa) – Eu não sou uma garotinha, o senhor devia saber disso, não pode me proteger a vida toda!


WILLIAM (se levanta, irritado também) – ENQUANTO EU PUDER E ENQUANTO FOR POSSÍVEL EU VOU PROTEGER VOCÊ! OUVIU BEM?


KATIE – ME TREINOU TODOS ESSES ANOS PRA QUE? ME DIZ?! PRA FAZER COM QUE EU FICASSE QUE NEM UMA IDIOTA, PERAMBULANDO A VIDA TODA NESSE PRÉDIO SEM UM OBJETIVO?


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Diana se joga no sofá. Na tela de seu notebook vemos seu e-mail aberto, o convite da festa em destaque, com um design elegante e diversos endereços eletrônicos estão colocados na lista de quem ela vai enviar.


DIANA (olhando para a tela) – Se preparem para a festa do ano.


Ela aperta o botão de enviar no e-mail.


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1X03 – Sorte de Principiante


CENA 1 – CASA DOS BENNETT. – EXT/INT. NOITE




As cenas mudam conforme o ritmo da música ouvida.

1 – Uma mulher de vestido preto com as mãos entrelaçadas acima da cabeça. Depois ela mexe os quadris.

2 – Vemos sandálias pretas deslizarem sobre o chão.
3 – Um homem joga sua parceira de dança em direção ao chão, mas a segura próxima do mesmo e olha fixamente em seus olhos.
4 – Um homem roda.
5 – Uma mulher abre um espacate
6 – Uma mulher salta esticando bem suas pernas no ar.

O ângulo de imagem se expande e vemos o lado externo da casa dos Bennett lotada de gente. A piscina está com uma enorme placa de vidro por sobre sua extensão, dentro da água, refletores multicoloridos iluminam as águas e as pessoas dançam na pista de dança criada sob a piscina.

A câmera percorre o lado externo, depois para e mostra ao longe o casal Bennett recebendo alguns convidados.
Brad Russell entra no local e cumprimenta Frank com um aperto de mão. Vemos ele andando por entre as pessoas e acenando para algumas.
A imagem muda de foco e mostra uma escada que fica de frente para as piscinas, a escada que dá acesso à cozinha está cheia de gente em seus degraus. Por lá, passa Katie Young sorrindo e cumprimentando a todos que vê.
Ela aperta a mão de um rapaz e entra na cozinha.

(música abaixa aos poucos até parar de vez)


Já dentro da cozinha, vemos Katie sorrir, câmera foca na região de seu rosto, ela mexe na orelha e é mostrado uma escuta presa ali. Katie sorri.

A cena se alterna rapidamente e mostra uma escuta fixada entre a parede e o teto em vários cômodos da casa como quartos, salas, corredores, banheiros...
Katie segura um Palm Top nas mãos. Câmera foca no aparelho e vemos um mapa completo da casa dos Bennett, com algumas indicações de pessoas que são marcadas com cores mais fortes.
Katie ri olhando para o aparelho em suas mãos, o guarda em sua bolsa e sai da cozinha ainda rindo em direção ao lado externo da casa.







CENA 2 – PRISÃO DA CDA – INT. DIA


Curtis está sentado no fundo da cela, o local é iluminado por uma lâmpada fluorescente. Com a cabeça encostada na parede e os olhos fechados, suspira. Ao seu lado esquerdo vemos a cama com lençóis e fronhas brancas. 

Tom se aproxima da grade da cela e bate com sua arma no portão assustando Curtis.

TOM (digitando a senha da cela) – Aqui está seu almoço detento 0547.


O portão da cela se abre, Tom entra e coloca a bandeja em cima da cama, encara Curtis que não se move.


TOM – Acho bom comer enquanto está quente.


CURTIS (fala com voz arrastada) – Já vou comer.


Tom fita Curtis por um tempo e o mesmo ao perceber que está sendo observado se irrita.


CURTIS – O QUE É?


TOM (decepcionado) – Não esperava isso de você Hall.


CURTIS (põe a cabeça entre as mãos) – É o que todos me dizem! TODOS! Mas eu não fiz nada, armaram pra mim.


TOM – Mesmo que isso seja verdade, vai ser difícil que prove sua inocência. Aliás, vai ser difícil acreditar em você. Eu não consigo fazer isso, eu me sinto traído.


Curtis se levanta e para na frente de Tom com um olhar de suplica.


CURTIS – Somos amigos, em todos esses anos de CDA, eu jamais fiz nada que pudesse comprometer nosso grupo. Eu sou atrapalhado? Faço merda de vez em quando? Sim, grande parte das vezes eu erro. (chora um pouco enquanto fala) Mas nunca faria nada que tirasse você, a Alicia, o chefe da minha vida. Vocês são tudo pra mim, são as pessoas que mais acreditaram no meu potencial. Me ensinaram a honrar esse lugar, a tudo que conquistei, eu seria um ninguém sem vocês!


TOM (segura o choro) – As coisas estão diferentes agora Hall e você não tem um passado muito favorável a você.


CURTIS (enxuga as lágrimas e ri levemente) – Agora o problema é o meu passado?


TOM (aumenta o tom de voz) – Você era um agente duplo, quem me garante que em todos esses anos você não passou informações para o Jared?


CURTIS (o encara incrédulo) – E O QUE ME DIZ DE VOCÊ? HEIN WARD? QUEM AQUI VIROU AS COSTAS PARA TODO MUNDO DA CDA POR RECEBER PROPOSTAS MELHORES? NÃO FUI EU QUE FIZ ISSO!


TOM – ERA A MINHA CHANCE DE CRESCER COMO AGENTE!


CURTIS – MAS VOCÊ NOS ABANDONOU NO MEIO DE UMA MISSÃO DE VIDA OU MORTE. VOCÊ FAZ IDEIA DE TUDO QUE EU, O CHEFE E A ALICIA PASSAMOS? VOCÊ FOI UM TRAIDOR!


TOM – CALA A BOCA!


Tom vai pra cima de Curtis com os punhos cerrados, mas para ao se aproximar do rosto dele.


CURTIS – Alguma coisa aconteceu para você ir embora né? Algo que poderia mudar tudo, por isso você partiu.


Tom arregala os olhos e se afasta de Curtis. Anda de um lado para o outro visivelmente nervoso. Se aproxima da grade da cela, a abre e sai de lá. Digita a senha para trancá-la e encara Curtis novamente antes de ir embora do local.


TOM – Melhor comer.


Curtis encara a grade e olha para sua bandeja de comida caminhando até ela. 

A imagem muda e vemos Tom no corredor das celas.
A câmera dá um close em seu rosto e uma lágrima solitária escorre pela sua face.


CENA 3 – PRÉDIO DA CDA, SALA DE KATIE YOUNG – INT.DIA


Katie Young está em sua sala, uma pilha de papéis estão espalhadas por sua mesa. Ela se concentra no computador, fotos de várias pessoas passam na tela que ela toca com os dedos, ao fazer isso vai jogando as fotos, cada uma para um canto do visor, separando seus suspeitos.

Ela se levanta e caminha em direção a uma estante de livros, puxa cinco livros - cada um em um local diferente da estante - e após fazer isso a estante se abre mostrando uma passagem secreta.
Ao entrar, podemos ver que é um laboratório, tem uma bancada iluminada com diversos instrumentos de pesquisa, no canto um mural com reportagens, pesquisas e fotos fixadas.
Katie coloca luvas e pega uma espécie de pinça, um pouco maior do que as convencionais. Aproxima-se de um recipiente raso que está cheio com um líquido incolor. A câmera mostra que dentro desse recipiente está um cartão muito bonito e decorado. Katie, com a pinça, puxa o cartão para a fora e o coloca em uma pequena máquina que suga o objeto para dentro, ela aperta alguns botões e a máquina começa a processar, mostrando em sua tela uma contagem regressiva a partir do número digitado.
O aparelho apita e coloca o cartão para fora, seco. Katie o pega com a luva e é dado um zoom no objeto. É um convite para a festa de Diana Dixon. Katie sorri com o feito.

Um barulho de porta é ouvido, Katie larga o convite na bancada e sai do laboratório secreto dando de cara com seu pai.


WILLIAM – O que estava fazendo no seu laboratório?


KATIE (tentando não demonstrar nervosismo) – Uma pequena pesquisa.


William arqueia a sobrancelha e Katie sorri se desvencilhando do pai.


WILLIAM – Não está tramando algo, está?


KATIE (mexendo na tela de seu computador) – Ah pai! Até parece! Eu estou quieta na minha, não me acuse de algo que nem existe.


WILLIAM (com semblante desconfiado) – Tá! Tudo bem. Espero realmente que você não me cause problemas.


KATIE (rola os olhos) – Ok, já entendi o seu recado de pai super protetor, mais alguma coisa, ou eu já posso me enfiar no meu laboratório e não sair de lá nunca mais?


WILLIAM – Porque você é tão complicada?


KATIE – Falou o poço de compreensão.


Katie caminha e se aproxima da estante de livros.


KATIE (impaciente) – E então? Acabou a suspeita e o interrogatório?


WILLIAM (ergue as mãos) – Ok. Acabou, to indo.


William caminha até a porta e a fecha, Katie volta a puxar os livros, quando está indo para o terceiro, William abre a porta com tudo na esperança de pegá-la no flagra.


KATIE – PAI!


WILLIAM (se assusta) – Ok. Já fui! (sai correndo e bate a porta)


Katie balança a cabeça negativamente e dá risada.



CENA 4 – ESCONDERIJO DE JARED – INT. DIA


Jared está olhando fixamente para a tela de seu computador, lá o rosto de Alicia é mostrado, ela está checando o cartão que contém a microcâmera.


JARED (para seus capangas) – Vocês veem? Isso é a melhor coisa que poderia ter acontecido. O cartão está nas mãos do meu principal alvo. As vezes não dá pra ver o que ela está fazendo, mas consigo ouvir.


Jared se levanta e se espreguiça, alongando todo o seu corpo.


JARED – Essa agente está tentando descobrir quem eu sou e embora saiba que ela não terá sucesso, vou aproveitar tudo o que estou ouvindo. Tenho um plano completamente esquematizado aqui ó (cutuca a própria cabeça). Nem vou precisar de muito, só comparecer nessa festa de Diana Dixon. O grande sócio do senhor Bennett vai ter que dar as caras de novo.


Jared caminha lentamente e atravessa a sala, aperta um botão e uma porta se abre, ele entra em uma sala lotada de roupas, máscaras, sapatos e acessórios. Olha para cada lado e aperta outro botão em uma das fileiras de roupa, em questão de segundos, um terno de gala, a máscara de seu disfarce como Paul, aparecem pendurados em cabides, tirando o seu sapato Armani que aparece sob uma pequena mesa retrátil. Assim que ele pega o sapato a mesa volta para dentro e o cabide também volta para seu lugar na fileira - deslizando por um cano de ferro - quando ele pega o terno.



CENA 5 – RUAS DE WEST MONTAIN – EXT. DIA


Alicia e Tom caminham lado a lado pelas ruas, estão em silêncio. Tom masca um chiclete enquanto Alicia mantém uma expressão vazia no rosto, como se estivesse pensando em algo.


Tom quebra o silêncio.


TOM – Só eu que ainda acho isso pura idiotice?


ALICIA (sorri fracamente) – Qual o problema? Acho que ela tem todo o direito de provar o valor dela para o pai.


TOM – Mentindo desse jeito? William tá crente de que ela não vai se meter nisso, sendo que ela está com o maior plano armado. Como um agente especial do nível dele não vê o que a filha está aprontando bem debaixo de seu nariz?


ALICIA (ri) – Você está sendo injusto com ela, Katie treinou tanto quanto nós e sempre se esforçou muito.


Tom fica indignado.


TOM – Como você apoia isso? E se ela quebrar a cara? Você vai continuar fingindo que não sabe de nada?


ALICIA – Eu não apoio Tom, só não me meto, não é como se eu acobertasse esse plano. Se ela quebrar a cara irá aprender com isso. E por último, sim! Continuarei fingindo que não sei de nada, inclusive, o que estávamos falando?


Tom ri descrente do que ouve.


TOM – Como?!... Ah quer saber? Deixa pra lá!


Alicia ri e Tom passa seu braço sobre o pescoço dela, os dois seguem andando pelas ruas rindo e conversando.



CENA 6 – PRISÃO DA CDA – INT. DIA


Curtis está sentado no chão, com as costas encostada na parede que fica ao fundo da cela. Ele está pensativo e com um olhar vago. Sua voz é ouvida, enquanto a câmera foca em sua expressão.


CURTIS (apenas voz) – Segredos são coisas que as pessoas escondem, ou por terem vergonha, ou por medo, ou por qualquer outro motivo. Todos nós temos um lado obscuro dentro da gente. (a cena mostra Alicia e Tom caminhando nas ruas e rindo) (cena volta para Curtis). Mas o pior de tudo é a sensação que o segredo nos trás: insegurança.

Duvidar de alguém que você sempre admirou e ajudou dói, (mostra várias cenas de Tom e Curtis juntos em diversos momentos) ainda mais por saber que a pessoa não te contou nada sobre aquilo.(a imagem volta para Curtis) Então, você começa a se indagar sobre o quão sério o segredo é. E isso te sufoca, te prende, te revolta. (aparecem cenas de Curtis revoltado na cela, socando a parede, o travesseiro, puxando os cabelos, chorando) A frustração vira raiva e decepção.(cena volta para o rosto de Curtis pela última vez, ele abaixa a cabeça e logo a levanta de novo, é possível perceber que ele suspira embora não haja som em suas reações) Muitas vezes, só decepção.

(Flashback on)


A cena se transfere para a sala de treinamento da CDA um pouco mais antiga.

Curtis e Alicia lutam um contra o outro, enquanto William assiste o confronto e os orienta em alguns momentos.

WILLIAM – Bata firme Alicia, se não fizer isso, nunca poderá surpreender seu oponente. (caminha um pouco para frente) Curtis mantenha a guarda e coloque os cotovelos mais para dentro, deixe os punhos com uma leve distância para que seus braços possam se mover melhor.


Ambos fazem o que William pede. Mas são interrompidos por Tom que entra na sala sério.


TOM – Eu vou embora.


Todos param o que estão fazendo e o encaram por alguns segundos.


CURTIS – Ah ok, agora conta a do japonês!


Curtis, Alicia e William riem e logo voltam para as posições que estavam durante a luta.


Tom se aproxima do tablado, encara o chefe friamente.


TOM – Eu não estou brincando, eu vou embora!


Alicia e Curtis param e o observam sem reação, William sai do transe e para na frente de Tom.


WILLIAM – Para onde pretende ir Ward?


TOM – Sinto muito senhor. É sigilo.


WILLIAM – Sabe que estamos no meio de algo importante certo?


TOM – Eu...


ALICIA (o interrompe bruscamente) – Não trate-o como criança chefe. Ele não é! Ele sabe onde estamos, com o que estamos nos metendo, sabe que nossa missão é de alto risco, mas pelo o que eu vejo ele não está nenhum um pouco preocupado conosco!


Alicia se vira para sair, mas Tom a segura por um dos braços.


TOM – Você acha que eu não me importo com vocês? Vocês são tudo para mim! Mas chega um momento que você tem que escolher entre a razão e o coração e nesse momento a razão é a coisa certa a se seguir. Eu sinto muito.


ALICIA – Não você não sente. Tá seguindo a razão lembra? Não há espaço pra sentimento algum agora.


Alicia sai da sala de treinamento e para na porta, encara Tom e diz:


ALICIA – Aliás você não tem que escolher entre razão e emoção, você tem que escolher um lado. Você está fazendo uma escolha nesse momento, só não espere que eu o receba de braços abertos quando você voltar, porque eu não vou.


TOM (triste) – Eu não sei se volto.


ALICIA (com voz de choro) – Não quero que volte.


Alicia sai correndo da sala, Tom segura o choro. William apenas o olha decepcionado e sai também. Curtis ainda parece atônito com tudo.


TOM – E você? Pode jogar na minha cara o que tá sentindo, diz que eu sou uma merda e que nunca mereci estar aqui.


CURTIS – Você é um merda e nunca mereceu estar aqui.


Tom rola os olhos.


TOM – Eu estou falando sério.


Curtis sorri, para na frente do amigo e lhe estende a mão. Tom aperta a mão de Curtis.


CURTIS – Foi bom trabalhar com você Ward.


TOM – Digo o mesmo Hall.


Eles terminam de se cumprimentar e Curtis o abraça rapidamente.


CURTIS – Não sei para onde vai, mas boa sorte!


Os dois se separam do abraço, Curtis lhe lança um olhar como forma de compreensão. Tom apenas assente com a cabeça.

Quando Curtis está na porta, Tom corre em sua direção e lhe cutuca o ombro.

TOM (com voz fraca) – Cuida da Alicia cara.


CURTIS – Eu farei isso.


Tom volta para o tablado, Curtis finge que vai embora, mas se esconde atrás da porta da sala de treinamento e observa o amigo, ele vê Tom mexer no bolso de seu casaco, de lá de dentro ele tira um anel prateado, de compromisso, caminha na direção do bebedouro onde ao lado fica o retrato de diversos agentes, os mais importantes da CDA, ele olha a foto de Alicia, encara o anel e o joga no lixo.

Câmera foca no rosto de Curtis e mostra sua expressão de surpresa.

A cena volta para a cela e a expressão indecifrável de Curtis. Ele se levanta e caminha em direção à grade da cela. Ele agarra a grade.


CURTIS (pensativo) – Ele sempre a amou.



CENA 7 – SHOPPING DE WEST MONTAIN – INT. DIA



 
Cenas de diversos lugares do shopping é mostrado.


Katie está no shopping, entra em uma loja e escolhe alguns vestidos, vai até o provador e entra. A cena corta assim que ela fecha as cortinas e volta com ela saindo do provador usando o vestido. Ela sai com um vestido verde, depois com um amarelo curto, com um azul de um ombro só, um rosa tomara que caia, depois desaba no sofá que tem na frente dos provadores. Ela sai de lá com os vestidos nos cabides e entrega para a atendente da loja.
Ela caminha por alguns corredores. Entra em mais um loja, a cena corta no momento em que ela entra no local e volta com ela saindo da loja cansada. Acontece a mesma cena só que em outra loja.
Katie continua caminhando pelos corredores, passa as mãos no cabelo nervosa. Entra em mais uma loja e vê um vestido rosa, vai para o provador, a imagem mostra ela entrando e saindo sorrindo logo em seguida, satisfeita.
A câmera mostra a atendente da loja lhe dando uma sacola de compra e logo em seguida vemos ela deixando a loja.
Ela segue para a escada rolante e de lá segue para a praça de alimentação. Compra um milkshake e sai caminhando, assim que vira o corredor esbarra em alguém e seu milkshake cai no chão.

(música abaixa)


KATIE – Ah droga!


BRAD – Desculpe, eu não te vi, sinto muito. (oferece a mão para ela se levantar) Vamos, eu compro outro pra você.


KATIE (segurando na mão dele) – Não, tudo bem. Eu me viro.


Katie fica de pé e olha para Brad.


BRAD – Por favor é o mínimo que posso fazer. (Brad sorri)


KATIE – Ok, já que insiste eu aceito. Sou Katie.


BRAD – Brad.


(música aumenta)


Brad oferece o braço para Katie e ela aceita, os dois caminham juntos para a praça de alimentação.


É mostrado Brad na fila com ela, depois pagando o milkshake e ambos recebendo cada um sua bebida.

Os dois vão para uma mesa e conversam.

A cena é cortada, imagens da cidade de West Montain são mostradas aleatoriamente, enquanto ocorre o anoitecer.


A música segue até a próxima cena.



CENA 8 – CASA DO CHEFE WILLIAM – INT. NOITE


(a música da cena anterior continua aqui no mesmo volume)


Katie está no banheiro de seu quarto, usando o vestido para a festa e se maquiando, ela passa o pó compacto pelo rosto e o espalha pela face. Passa um batom rosa na boca e uma sombra prateada nas pálpebras. Sorri e sai de lá.

A câmera foca nela colocando a sandália de mesma cor que a sombra que passou nos olhos.
Câmera mostra sua cama e a bolsa prata que está lá, vemos apenas sua mão agarrando a alça do objeto.
É mostrada sua orelha, onde ela mexe na escuta que está escondida, logo após isso, ela joga seus fios pretos de volta ao lugar de forma que esconda sua orelha.

(música abaixa)


Ela desce as escadas correndo.


WILLIAM (surge na sala) – Para onde vai?


KATIE (se vira e o encara) – Para uma festa. Não me espere!


Katie corre na direção do pai e da um beijo em sua bochecha.


WILLIAM – Até parece que eu iria esperar, nunca se sabe o horário que você vai voltar, eu é que não perco meu sono!


William sobe as escadas e Katie ri e fecha a porta de casa logo em seguida.


(música cessa)



CENA 9 –CASA DOS BENNETT – INT. NOITE


Jared chega a festa disfarçado como Paul, o braço direito de Frank na Bennett Enterprises.

Ele caminha até os convidados e assim que vê Frank e Diana força seu melhor sorriso.

PAUL – Hey Frank! (o cumprimenta) Olá Diana como vai?


DIANA – Estou ótima. Seja bem vindo!


PAUL – Obrigado.


FRANK – Cara, vamos tomar uma bebida. O que acha da ideia? (sorri)


PAUL – Eu topo. To com a garganta meio seca sabe?


Os dois riem e saem juntos. Diana rola os olhos.


DIANA – Vai entender os homens. (se vira e cumprimenta um convidado)


A câmera muda de foco e vemos Frank e Paul sentados em um quiosque próximo à piscina, a imagem foca nos dois, mas é possível ver ao fundo as árvores iluminadas pelas luzes colocadas no início de seus troncos e também algumas pessoas que se divertem na pista de dança montada sob a piscina.


FRANK – Como andam as coisas com o Chip Life?


PAUL – Andam ótimas, fiz alguns testes e adivinha? Deu tudo certo, consegui informações valiosas.


FRANK (se arruma na cadeira) – Que tipo de informações?


PAUL (toma um gole de sua bebida) – Aqui não dá para mim falar sobre esse assunto. Depois entraremos em detalhes. Mas veja.


Paul abre sua pequena mala e de lá tira a foto de um homem.


PAUL – Vê? (aponta na foto) Esse homem foi cobaia do experimento.


Frank observa a foto, a pega na mão.


PAUL – Pode ficar com ela se quiser.


Frank sorri e dobra o papel guardando-o no bolso de seu terno.


FRANK (se levanta) – Venha, vou te mostrar o resto da casa. Leve sua bebida.


Os dois se levantam e saem.


Câmera muda de foco e vemos a entrada de Katie na festa e depois ela cumprimentando algumas pessoas. Ela segue para os fundos e tira sua sandália, a escondendo por trás de um vaso de flores. Ela entra na casa e com cuidado vai a alguns cômodos e coloca uma escuta entre a parede e o teto.

A cena se alterna em ela colocando a escuta em um quarto, em um escritório, na cozinha, no banheiro.
Depois disso Katie sai do local olhando fixamente para seu Palm Top, a câmera mostra suas mãos pegando seu par de sandálias por trás o vaso.

A cena corta.




Cena volta com a música e vemos as mesmas cenas antes da abertura do episódio.

As coisas mudam conforme o ritmo da música ouvida.


1 – Uma mulher de vestido preto com as mãos entrelaçadas acima da cabeça. Depois ela mexe os quadris.

2 – Vemos sandálias pretas deslizarem sobre o chão.
3 – Um homem joga sua parceira de dança em direção ao chão, mas a segura próxima do mesmo e olha fixamente em seus olhos.
4 – Um homem roda.
5 – Uma mulher abre um espacate
6 – Uma mulher salta esticando bem suas pernas no ar.

O ângulo de imagem se expande e vemos o lado externo da casa dos Bennett lotada de gente. A piscina está com uma enorme placa de vidro por sobre sua extensão, dentro da água, refletores multicoloridos iluminam as águas e as pessoas dançam na pista de dança criada sob a piscina.

A câmera percorre o lado externo, depois para e mostra ao longe o casal Bennett recebendo alguns convidados.
Brad Russell entra no local e cumprimenta Frank com um aperto de mão. Vemos ele andando por entre as pessoas e acenando para algumas.
A imagem muda de foco e mostra uma escada que fica de frente para as piscinas, a escada que dá acesso à cozinha está cheia de gente em seus degraus. Por lá, passa Katie Young sorrindo e cumprimentando a todos que vê.
Ela aperta a mão de um rapaz e entra na cozinha.

(música abaixa aos poucos até parar de vez)


Já dentro da cozinha, vemos Katie sorrir, câmera foca na região de seu rosto, ela mexe na orelha e é mostrado uma escuta presa ali. Katie sorri.

Katie vai para os fundos da casa e parece observar duas pessoas, a imagem desfocaliza dela e dá um zoom no que ela vê, é Frank e Paul, ela checa o Palm Top mais uma vez, quando percebe que os dois entram na casa os segue, a câmera volta para o lugar onde ela estava anteriormente e ali está Brad Russell a seguindo.
Dentro da casa, Frank e Paul vão para o escritório, Katie se enfia no banheiro e com o auxílio de seu Palm Top ativa a escuta. Brad que entra na casa e está meio perdido se aproxima da porta do escritório e tenta ouvir a conversa.
No escritório, Paul coloca sua mala em cima da mesa e inicia um diálogo com Frank.

PAUL – O que exatamente quer saber?


FRANK – Quais são seus propósitos com o Chip Life?


A imagem muda para o banheiro, onde Katie franzi o cenho ao ouvir “Chip Life”.

A cena volta para o escritório.

PAUL – Eu te disse. Fazer experimentos, ver até onde isso vai dar.


FRANK (coça a cabeça rapidamente e encara o amigo) – Eu não sei cara. Mas acho que não devia seguir com isso.


PAUL – E por que não? Hein? Está dando tão certo.


FRANK – Porque eu te conheço. Você vai se empolgar e vai querer chegar longe demais com isso.


PAUL – Eu sei o que faço!


FRANK – Mas o nome da minha empresa está em jogo! (expressão séria).


PAUL (sorri e caminha pelo cômodo) – Calma! (coloca as mãos no ombro de Frank) Já está tudo calculado, sem exageros ou empolgação, apenas um simples experimento.


FRANK – Como você está fazendo isso?


A cena muda e mostra Brad apertando sua orelha contra a porta do escritório, para que possa ouvir melhor o que está sendo falado dentro da sala.


A imagem retorna para o escritório.


PAUL – É fácil, primeiro (caminha pela sala) recrutamos um cobaia (a imagem mostra ele em seu esconderijo e um homem amarrado em uma maca), depois fazemos um pequeno corte em alguma região de seu corpo (mostra um capanga passando o bisturi levemente sob o braço do cobaia). Como sabe, o Chip Life tem um código genético próprio, então colocamos o chip sobre o corte (é mostrado a cena Jared fazendo isso) e deixamos lá por alguns segundos, todos os dados genéticos do cobaia serão copiados para o chip e o código do chip se fixará no sangue do cobaia (mostra Jared na sala de controle e vários números aparecem na tela, depois de um tempo isso se transforma em um perfil completo do cobaia, com foto, dados, tipo sanguíneo). Através dessa troca no DNA, consigo controlar meus cobaias a partir do Chip Life. Isso não é maravilhoso?


Frank o olha espantado. É mostrado a reação de Katie e depois de Brad que se afasta da porta atordoado.


No banheiro Katie leva as mãos a cabeça e encara o Palm Top perplexa.


KATIE – Não pode ser!


No corredor, Brad suspira, se senta no chão ao lado da porta do escritório, está suando e arfando.


BRAD – Frank está por trás disso, ele ajudou esse Paul desde o início.


Ele encara a porta e segue até a mesma para ouvir o resto da conversa.


FRANK – Mas cobaias? Que cobaias? Não me diga que... (faz uma expressão confusa que logo da lugar à uma cara de surpresa) Não me diga que a foto que me deu quando chegou é...


PAUL (o interrompe) – Sim, é de um cobaia! (sorri orgulhoso).


Brad se afasta da porta.


BRAD – Foto? (pensativo)


Logo após ele dizer isso, é mostrado que Katie também tem a mesma reação.


KATIE – Foto?


Brad sai correndo pelos corredores e segue até o quarto de Frank. Katie através do mapa de seu Palm Top corre atrás do mesmo local.

A cena volta para Frank, que se aproxima de Paul e agarra em seus ombros o chacoalhando.

FRANK – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? EU NÃO TE RECONHEÇO MAIS!


PAUL – Não é VOCÊ que sempre sonhou com a prosperidade de seus inventos? Veja só onde chegamos!

FRANK (bufa) – NÃO! VOCÊ ESTÁ LOUCO. PROSPERAR NÃO TEM NADA A VER COM ATAQUE DE LOUCURA. ISSO QUE ESTÁ FAZENDO É DOENTIO!

PAUL (ri e depois de um tempo para, ficando sério) – Isso não é doentio, isso é a nossa realidade. Somos todos cobaias do sistema, dos nossos chefes, médicos, amigos, familiares, pagamos um preço para viver e esse preço, é caro demais meu amigo. É hora da revanche, é hora de nós sermos a máquina que vai destruir todos que se colocarem no nosso caminho. É hora de nós ditarmos as nossas regras, é hora do NOSSO sistema! Eu não vou deixar de lutar pelo o que EU acredito!

Frank solta devagar os ombros de Paul, anda de um lado para o outro atordoado.

FRANK – Vai embora. AGORA!

Paul o encara, caminha até a mesa pegando sua pasta. Caminha até a porta e ao chegar nela, lança um sorriso de deboche para Frank, se vira e sai, a câmera mostra em slow motion ele caminhando no corredor da casa sorrindo.

A imagem muda e vemos Brad entrando com tudo no quarto de Frank, alguns segundos depois entra Katie.

Ambos falam ao mesmo tempo.

BRAD (surpreso) – KATIE?

KATIE (nervosa) – BRAD?

Katie caminha até ele.

KATIE – O que faz aqui?

BRAD – Eu vim procurar algo para o senhor Bennett. Eu tinha te visto na festa, mas não tinha certeza se era você.

KATIE – Curioso, eu também tinha te visto mas não tinha certeza.

Ambos se encaram tímidos, sem saber o que fazer.

KATIE (força uma tosse) – Você não ia pegar algo...

BRAD (a interrompe) – Ah sim! (olha de um lado para o outro, abre uma gaveta e puxa uma revista de negócios) Era isso! (aponta para a revista) Já vou indo!

Brad sai apressado e não dá chance para que ela o questione.
Katie espera alguns segundos.

KATIE (pensativa) – Certo. Acho que agora dá para achar algo.

Katie revira algumas gavetas de Frank, abre seu armário, mexe em seus casacos. São mostrados diversos takes de Katie procurando, até que em uma das gavetas ela acha uma caixa com vários arquivos, lá dentro acha uma pasta com uma foto de um homem. A câmera foca na imagem, nela ele parece estar hipnotizado, meio bobo.

KATIE (analisando a foto) – Mas que diabos é isso?

Fita a imagem uma última vez, a guarda dentro de seu vestido e sai do quarto.


CENA 10 – RUAS DE WEST MONTAIN (FLASHBACK) – EXT. DIA


Carros e mais carros de polícia passam em alta velocidade nas ruas, os takes se alternam entre os carros, as pessoas correm. A câmera mostra um policial com meio corpo para a fora da janela e apontando sua arma para alguma direção, a câmera foca na roda de um carro prata que está fugindo da polícia. Ao dar um close no policial, vemos que é Curtis, ele mira na roda e seu tiro vai certeiro no carro que derrapa na pista colidindo com um poste.
A cena muda e vemos muita fumaça. Alicia, William e Curtis se aproximam com cautela, os outros policias, mantém distância, eles chegam perto do carro e se assustam ao vê-lo vazio.

ALICIA – O que houve?


WILLIAM – Eu não faço ideia!


CURTIS – AH CARA! COMO ASSIM? ELE TAVA AQUI AGORA!


WILLIAM – Curtis, dá pra se acalmar?


Curtis chuta o carro e caminha para longe da onde Alicia e William estão.


A imagem mostra uma pessoa no alto de um prédio.


POLICIAL (olha no local onde está a pessoa) – CUIDADO!


Um disparo é ouvido, o tiro passa próximo de Alicia que corre se jogando para trás de um dos muitos veículos que ali estão. Curtis se abaixa atrás do carro prata.


WILLIAM – Pessoal, mantenham os olhos abertos.


Outros tiros são ouvidos e alguns policias começam a cair no chão sendo atingidos.


O homem que antes estava em cima do prédio, é visto na rua caminhando na direção dos policias, porém com a neblina e fumaça, não é possível saber quem é.


HOMEM – VOCÊS VÃO MORRER!


Alicia, William e Curtis estão todos no mesmo lugar, apoiados no carro prata. O homem se aproxima deles e aponta a arma.


É dado um close em cada olhar, primeiro no de Alicia, depois no de Curtis e por último William. O som de tiro é ouvido. O corpo do homem cai no chão e atrás dele aparece outro homem com a arma apontada para a frente.


Alicia se levanta confusa, esfrega os olhos e caminha para a frente. Mas atrás, Curtis e William se levantam e caminham junto com ela.


HOMEM – Não me reconhece mais?


ALICIA (aperta os olhos e os abre rapidamente) – EU NÃO ACREDITO!


Alicia corre a pequena distância que a separa do rapaz e o abraça, a câmera mostra o rosto suado do homem.


TOM – Eu voltei Ali! (abraça ela mais forte e é dado um close em seu rosto) Eu voltei!


______




Elenco

Alicia Collins – Halle Berry
Jared Marshall – Fredric Lehne
Thomas “Tom” Ward – Nick Carter
Julie Campbell – Emma Lahana
Curtis Hall – Ross Thomas

Chefe William Knight – Will Smith
Katie Young Knight – Lucy Liu
Diana Dixon Bennett – Kimberly Wyatt
Frank Bennett – Adam Sandler
Brad Russell – Brian Littrell
Policial Dorough - Charles Malik Whitfield


(Homem 1, 2 e 3, Decoradora e todos os figurantes são contratados da produtora)

Trilha Sonora

Monster - Paramore (tema de abertura)
Sway - The Pussycat Dolls
Breakthrough - Lemonade Mouth

Produzido por:

Sonia Cury
Clayton Correia
Douglas Souza
Cristina Ravela


Criado por:

Sonia Cury

Isto é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com pessoas ou situações da vida real são meras coincidências. 

Realização

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